Mao, Tempos de Murmúrios
" É o tempo, murmura, …
Não há resposta para o tempo, estamos nele e assistimos, nada mais. …
Não há resposta para o tempo, estamos nele e assistimos, nada mais. …
Diz-se que o tempo não pára, que nada lhe detém a incessante caminhada, é por estas mesmas e sempre repetidas palavras que se vai dizendo, e contudo não falta por aí quem se impaciente com a lentidão, vinte e quatro horas para fazer um dia, imagine-se, e chegando ao fim dele descobre-se que não valeu a pena, no dia seguinte torna a ser assim, mais valia que saltássemos por cima das semanas inúteis para vivermos uma só hora plena, um fulgurante minuto, se pode o fulgor durar tanto."
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis
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