Crónicas vulcânicas da Xicolândia
Era uma vez, um pequeno país europeu onde as pessoas viviam mimoseadas com qualidade de vida, tinham todo o conforto, havia trabalho e dinheiro para todos. Andavam era sempre com o coração nas mãos e em sobressalto, pois viviam rodeadas por muitos vulcões em atividade, prontos a explodirem de ira e cuspirem das entranhas da terra toda a sua raiva.
Um dia, um desses vulcões acordou subitamente com grande estrondo, desencadeando uma das maiores catástrofes financeiras de que há memória nesse velho continente.
A eur(o)pção foi tão violenta que derreteu todo o gelo e neve que envolvia por completo a sua grande boca. Desencadeando uma grande avalanche financeira, que à medida que se ia precipitando lá do alto, foi engolindo esse pequeno país de origem vulcânica. Que viu do dia para a noite, a boa vida que gozava, esfumar-se em quase bancarrota.
Foi precisamente no ano de 2008 com a quase bancarrota da Islândia (país que não fazia, nem faz, parte da Europa Comunitária) que a moeda do Euro e a Europa a 27 se começou a desmoronar.
Um ano depois (2009), os primeiros países da Comunidade, a serem arrastados pela enxurrada financeira do país dos vulcões, foram a Irlanda e a Grécia. Logo começaram a tomar medidas drásticas no sentido de controlar o défice, mas ao mesmo tempo, ouviam-se já rumores que tinham que pedir resgaste financeiro. Sempre negado pela classe política, claro! O que veio acontecer no ano seguinte (2010). Além de pedirem o dito resgate bancário, ainda tiveram que agravar as medidas de austeridade, que de nada serviu! Ao mesmo tempo, ouviam-se já rumores que Portugal estava com dificuldades em cumprir os seus compromissos financeiros. Sempre negado pelo poder político de então, claro! Que tudo resolvia com um pack de PECs. Até que um desses PECs foi chumbado! O governo de então não teve outro remédio, senão pedir ajuda financeira, negociar com a Troika (2011) e demitir-se, claro! Na mesma altura ouviam-se já rumores que a Grécia ia precisar de novo resgate e provavelmente iria abandonar a zona Euro, e que a Espanha também precisava de resgate financeiro. Agora (2012) é quase um dado adquirido que a Grécia vai ter que dizer adeus ao Euro, a Espanha já pediu resgate e ouvem-se rumores de que Chipre e Itália também estão com dificuldades em cumprir com as suas obrigações financeiras, por isso, já sabemos o que vai acontecer para o próximo ano (2013) a esses países.
Resumindo e concluindo, a avalanche de neve que resultou de uma eur(o)pção vulcânica na Islândia, acabou por conceber uma gigantesca bola de neve financeira que engoliu a Islândia, está a mastigar a Grécia, a trinchar Portugal e a Espanha. Vai acabar por desmembrar a Europa, e consumir tudo e todos que se atravessem na sua frente.
Xico Mao