Continuação da crónica " O assassinato de Sócrates" do livro: " Crónicas dos dias bons" de Mário Anacleto.
"Conselheiros imperturbáveis de um consumismo que faça girar o dinheiro e a fama, activam permanentemente os desejos de possuir, de ter e de satisfazer apenas esses desejos, os mais incontrolados e desconhecidos até. Objectos, coisas, serviços e serviçais de moldura estética inquestionável, modelos, moldes e molduras, “pivoteando” a burótica e a eficácia, a sociedade cresce mesmo dissimulando o seu mal de raiz: fazer crescer a riqueza e ampliar a qualidade do nível de vida pela distribuição equitativa. A prática diária minada por pulsões e vontades obriga-os a ler relatórios de pernas para o ar, assacando culpas aos cidadãos e empedernindo a sua capacidade de actuação sapiencial. Há que orienta-los pela catacumba da propaganda da publicidade e do marketing financeiro. Nada se enxerga que não seja a necessidade de resolver o problema do deficit e da activação dos mercados… secretamente fazem votos estranhos: “Quem dera ao menos que fosse Natal todos os dias para que a economia ande, o dinheiro circule, os produtos se vendam a as associações comerciais e empresariais deixem de nos pressionar com problemas de impostos, taxas e volumes indesejáveis de despedimentos, sublinhados pelo rótulo de que os empregados não têm formação… Quem sabe? Talvez o IMT venha ajudar! Dados os chorudos salários dos imtianos, já não terão de adiantar como razão para o insucesso dos projectos essa dependência da finança. Para eles funciona mesmo bem este offshore europeu, agora que a sua moeda, em nome de deus, desceu tão baixo! Para eles qualquer sítio é uma espécie de “país terrorista” a invadir… depois se verá!”
Continua…
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