sábado, 27 de outubro de 2012

Espertêz de Xico

Crónicas xicoespertas da Xicolândia

A Xicolândia é famosa pelos seus Xicos Espertos e há-os para todos os gostos, em todas as áreas profissionais e classes sociais (eles são políticos e até ministros, doutores sem estudos mas com equivalências, trabalhadores privados com públicos, presidentes de associações culturais sem cultura nenhuma, presidentes de clubes de futebol sem bola alguma, pseudoempresários que se intitulam donos da empresa, logo, donos do dinheiro que é da empresa, até ao mais distinto negociante e feirante… também são calceteiros da rua, são trolhas e pedreiros, são electricistas e marretas, carpinteiros e todo o tipo de biscateiros, empregados e desempregados e até simples coitados que nada são porque não são nada) desde a alta mais conhecida, à mais desconhecida e baixa ralé da sociedade.

O perfil de um Xico Esperto é muito característico e prematuramente adquirido (há quem ateste que é devido a um cromo (o pai) mais a soma (a mãe), igual a cromossoma, precisamente no ato da concessão). Distinguem-se dos outros Xicos (os burros), devido ao facto de terem uma grande cabeça (são cabeçudos) como tal, cérebro de igual proporção em grande, mas com neurónios de baixo rendimento (entre o muito lento e o parado).
A educação e formação do Xico Esperto começa desde muito cedo e normalmente no seio (mama) familiar. Elas transmitem - lhe entre si (a mama direita e a esquerda), os mais ancestrais e conhecimentos do saber mamar. Quando atinge a idade escolar não estuda (copia), recusa-se aprender porque pensa que já sabe tudo, nunca chega a perceber que TPCs é o mesmo que deveres, e logo se sente superdotado ou seja, com um dote grande para o douto estúpido, que agora depois de amestrado, só espera por uma oportunidade de pôr em prática tudo aquilo que pensa que sabe. Normalmente começa na pequena associação de Xiconaria (de pequeno delito) lá do bairro, até chegar ao top dos patamares hieráticos (o grande delito) como Grão- Mestre Xicon.

Cuidado! Eles andam por aí sempre à espreita de uma oportunidade de f…der alguém, por isso, recomendo toda a protecção possível (uso obrigatório de preservativo) não vá o diabo tecê-las. Como aconteceu no outro dia em que um Xico dos outros (os burros) teve um sinistro rodoviário com um Xico Esperto, que até era culpado a cem por cento nos primeiros minutos, para depois nos segundos minutos, dar o dito por não dito e inverter a situação a seu favor.

Eu explico por meio de um exemplo real: Quando um Xico Esperto tem um acidente rodoviário em que se sente culpado. Primeiro, dá-se logo como culpado a cem por cento; Segundo, contacta logo outro Xico (de preferência mais esperto ainda e que esteja ligado ao ramo do bate chapa), ele chega, analisa os estragos e dá a sentença (orçamento). O Xico esperto responde logo. – Eu assumo todos os prejuízos causados no embate, não vale a pena preencher a declaração amigável nem chamar as forças da lei (porque ele está sempre por dentro da lei ou por fora da lei). Ora, o outro Xico (chame-me-o facilitista) concorda com a sinceridade das palavras do outro (Xico Esperto), retiram-se as viaturas do local do crime e ponto final. Tudo está bem quando acaba bem! Isto nos primeiros minutos, claro! Quando chega as primeiras horas, o Xico Esperto que entretanto já se reuniu com o clã da Xiconaria, dá o dito por não dito e já quer preencher a declaração amigável porque afinal, a culpa não pode morrer solteira. Resultado, um para o Xico Esperto, zero para o outro Xico (o facilitista). Isto porque o Xico Facilitista (o burro) não fez o que devia ser feito. Primeiro, vestir-se a rigor (colete refletor). Segundo, sinalizar com o sinal de perigo (triângulo) o acidente. Terceiro, preencher a declaração amigável o mais amistosamente possível. Quarto e o ponto mais importante chamar as autoridades em caso de recusa de assinatura da declaração por parte do Xico Esperto. Se não houvesse facilitismo, o desfecho final certamente seria outro. Fica o alerta para quem me lê!

Esta crónica é pura realidade qualquer semelhança com a ficção é pura coincidência.


Xico Mao




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