Final da crónica "O assassinato de Sócrates" do livro: "Crónica dos dias bons" de Mário Anacleto
"A felicidade, enfim, é hoje a resultante de variadíssimos factores em que a contribuição da qualidade do equilíbrio físico-químico parece essencial e em que a balanceada sinergia neurodivinal esteja também presente no grau possível de actuação. Juntar-se-ia a este princípio aquele outro que diz: “A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.” Só assim é possível levar o cidadão a desejar reconhecer a sua ignorância e a imperativa necessidade de aprender. A questão será hoje, mais do que antes, a de saber o que é que vale a pena aprender! A justiça, por certo, a saúde também, o pensamento lógico, a arte como parte integrante da inovação, do desenvolvimento e do equilíbrio físico e químico, porque estrutura o neurodivinal de cada um, as actividades que contribuem para o desenvolvimento de todos e de cada um, o desenvolvimento da inovação, as técnicas de progressão infinita da Humanidade, a multiplicação e a qualidade dos seres humanos na sua rota procriadora e co-criadora de universos, o respeito pelo desconhecido e o desejo de o fazer conhecido, enfim, a ciência, as técnicas, as artes, os serviços, a investigação, o ser, a produção, a acção distributiva, em poetas de ilusões, em comentadores visionários que sem esforço ludibriam o pensamento com discursos fáceis. Assim, será possível exigir a qualidade e o rigor a que cada cidadão num regime democrático tem direito, até porque contribui astronomicamente para que tal se realize. Sócrates morria aos 70 anos, sem nunca se reformar! Envenenado por interesses menores de um Estado que sempre respeitou. Decorria o ano 399 a. C., mas é certo e sabido que Sócrates não morria de amores por Sócrates."
FIM
Nesta crónica do Dr. Mário Anacleto está espelhado o actual estado dos nossos políticos e do nosso Estado.
Esta saga sobre Sócrates começou no dia em que o nosso Sócrates pediu a demissão. Termina hoje, dia em que o nosso Presidente aceitou o pedido de demissão, dissolveu o parlamento e convocou eleições para Junho.
Como é possível! Pessoas ditas responsáveis e de estado, "enterrem" ainda mais o nosso país super endividado e convoquem novas eleições que vão custar uma fortuna a todos nós. Quando podiam e deviam (para isso é que o povo os elege) unir-se em prol do sentido de estado e com a responsabilidade que lhes é exigida, resolver os problemas por eles criados na incúria do dever.
Se o FMI entrar em Portugal, só pode ser para passar um atestado de incompetência, a todos os políticos (sem excessão) que nos têm governado (ou melhor que se têm governado) depois do 25 de Abril de 1974.