sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Escrita do Dia

Escrever não é difícil,  
difícil é escrever,
 o que ninguém
  ainda não escreveu.

Mao

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pensamento de Cego

O maior cego
 é aquele
 que não consegue ver 
através das paredes
 porque desconhece
 que existem janelas

 (Windows).


Maofoto - Janela do Mar
Nazaré

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Revolução de Cravos

A poucos minutos de se completarem 35 primaveras de revolução pela liberdade... pergunto-me, onde é que eu estava no dia 25 de Abril de 1974?
Recuando no tempo e vasculhando as pastas da memória onde arquivei as recordações, encontro esse dia (quinta -feira). Estou na escola frequento a 2ª classe (2º ano de hoje) e o que parecia ser um dia normal de aulas como os outros, transforma-se em feriado (sem aulas), os professores estão atentamente a ouvir todas as noticias que chegam através das ondas Hertzianas de um rádio portátil. O que mais me marcou nesse dia foi o facto de haver muitos aviões da Força Aérea no ar.
Confesso que nessa altura passou-me completamente ao lado os acontecimentos revolucionários, só anos mais tarde é que percebi o porquê da Revolução.
Antes da Revolução de Abril existia uma única força politica, ou seja, um único partido que se governava em nome do regime oprimindo o povo. 
Depois passamos a ter várias forças politicas, ou seja, vários partidos que se governam em nome da liberdade enganando o povo.
Chego à conclusão que tudo continua como dantes, apenas com uma excessão a satisfação de poder usar e abusar deste espaço para dizer o que me vai na alma, coisa que não se podia fazer antes, usar o direito livre da expressão e dos pensamentos.
Quando o povo compreender que unidos jamais serão vencidos, irão perceber o verdadeiro sentido do 25 de Abril.
Viva a Revolução! 

Estou "sem eira nem beira", "não sou ladrão apenas escolhi mal a profissão", "mas, consigo ver quem me anda a f..der". 
Vivam os revolucionadores e os Xutos!


Maofoto - Cravos Revoltados
 Arraiolos



quarta-feira, 1 de abril de 2009

Pensamento de Dia

Ontem já passou, por isso, é passado. Hoje é o momento, por isso, é presente.  Amanhã logo se verá, por isso, é futuro.

Maofoto - Rumo ao Sul, Mozelos

sábado, 28 de março de 2009

Vaca de Lei

Quando o Xico Agricultor superou a perda irremediável do seu animal de estimação, o Burro pensador, resolveu comprar outra companhia animal, desta feita uma vaca, como não tinha grandes posses monetárias pediu ajuda a um amigo de infância, o Xico Rico, homem que se fez por si mesmo negociando no escuro em pleno dia, claro que se prestou a ajudar o amigo, com uma condição criar a vaca a meias, o Xico Agricultor tratava e alimentava a vaca, o Xico Rico entrava com o financiamento. Tudo decorreu normal, até que um dia o Xico Rico descobre que a vaca crescera e se encontrava bem constituída e pensou... fui eu que paguei a vaca por isso, ela pertence-me. Acontece que o Xico Agricultor pensa de maneira diferente... eu criei a vaca por isso, ela pertence-me. Como não chegaram a consenso, foram pedir a mediação da justiça, o Xico Rico contratou o Xico Advogado seu grande amigo e conhecido, homem que defendeu grandes causas e numa primeira avaliação do caso, lhe deu razão. O Xico Agricultor o único amigo tinha e que lhe podia valer, era exactamente o Xico Advogado e recorreu aos seus préstimos e lhe garantiu que a causa estava ganha. Acontece que o caso da vaca vai mesmo a tribunal para ser julgado, no dia em que está marcada a sessão solene comparece perante o Xico Juiz, o Xico Agricultor, o Xico Rico e o Xico Advogado que foi o ultimo a chegar, quando os Xicos Agricultor e Rico descobriram que estavam a ser defendidos pelo mesmo defensor, exclamaram ao mesmo tempo. - Tu disseste que a vaca é minha! O Xico Advogado e o Xico Juiz responderam em simultâneo. - Desculpem, mas, a vossa vaca também é nossa.
Aqui a moral da história não tem moral.


Mao

quinta-feira, 26 de março de 2009

100 de Anos

Longos dias têm 100 anos

Tinha que escrever algo de singelo e breve acerca do dia de hoje, para que fique arquivado na memória e registado para a prosperidade.
 Não é todos os dias que se tem o prazer de ver alguém comemorar 100 anos… um século de existência. Hoje eu tive esse prazer… Parabéns Avó!

1909 - 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Burro de Pensamento

O burro que pensava

Na orbe da Xicolândia, aquela espraiada terra plantada à beira mar, vivia um pobre diabo, forte de espírito, fraco de dinheiro e honesto agricultor, lavrava, semeava e plantava, vivia de tudo o que a terra lhe dava depois de trabalhada, de nome Xico Pobre.
 Solitário tinha como companhia e o seu bem mais precioso um Burro, que, para além de ajudar nas lides da terra era a única companhia que tinha e por quem tinha uma grande estima, até porque foi herança dos pais. O pai não o chegou a conhecer, a mãe senhora humilde e respeitada por todas as pessoas morreu cansada de trabalhos com uma idade considerada.
Um dia, o Xico Pobre adoeceu depois de um dia de trabalho exaustivo à chuva. Apanhou uma gripe que passou a pneumonia e não fosse o Xico Pastor que todos os dias passava com o seu rebanho perto da casa a dar conta da sua ausência, as consequências podiam ser bem piores, falou com o Xico Prior que sabia de curas que encontrou no caminho e por sua vez alertou o Xico Doutor que de pronto consultou e medicou o Xico Pobre com uma semana de cama sem se levantar e sem poder sair de casa. A delirar com febres altíssimas assim foram passando os dias até que recuperou totalmente. Foi então que se lembrou do Burro e que estava há tantos dias sem comer nem beber. Encheu um balde de aveia e outro de água e correu até à casa onde estava alojado Burro. A casa era de madeira com uma janela virada para o vale mais próximo por onde serpenteava tranquilamente um pequeno riacho de águas límpidas e calmas rodeado por montanhas e serras. Chegado perto do Burro que mal se tinha de pé tão desnutrido que estava, postou os baldes com comida e água lado a lado na sua frente e afagando-o incentivou-o a banquetear-se. Olhando para o balde da comida o Burro pensava, estou com tanta fome  que vou comer aquela aveia de uma assentada, mas, ao mesmo tempo olhava para o balde da água e pensava, estou com tanta sede que vou beber toda aquela água de uma assentada, enquanto pensava, o Xico Pobre pensando que o Burro não comia nem bebia, talvez por não gostar da aveia seca resolve ir ao quintal apanhar uma braçada de couves frescas e suculentas, levou-as ao Burro e ofereceu-as como quem oferece uma esmola a um pedinte esfomeado e a morrer em pé, o Burro olhou para as couves e pensava, estou com tanta fome que vou comer aquelas couves de uma assentada, mas, ao mesmo tempo olhava para a aveia e pensava, estou com tanta fome que vou comer aquela aveia de uma assentada, mas, olhava para a água e pensava, estou com tanta sede que vou beber aquela água de uma assentada, enquanto pensava, o Xico pobre pensando que não gostava do que lhe tinha trazido para comer resolve ir ao quintal e apanha um molho de suculentas e tenras cenouras de cor rosada e leva-as ao Burro com toda a humildade de quem oferece algo a um amigo que muito estima, o Burro olhou para as cenouras e pensava, estou com tanta fome que vou comer todas aquelas cenouras de uma assentada, mas, ao mesmo tempo olhava para as couves e pensava, estou com tanta fome que vou comer aquelas couves de uma assentada, mas, olhava para a aveia e pensava, estou com tanta fome que vou comer aquela aveia de uma assentada, mas, olhava para a água e pensava, estou com tanta sede que vou beber aquela água de uma assentada… de repente para o lado tombou e nunca mais pensou, enquanto tombava o Xico Pobre soluçava e o Burro já não pensava.
Moral da história, morre o burro a pensar ou a pensar morreu o burro!


Maofoto -  Burro Pensador, Paços de Brandão